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Foto do escritorJéssica Monteiro

O Gigante da Cafeicultura Mundial - Crescimento de 8,2% na Safra de 2023.

Atualizado: 26 de fev.

O Brasil lidera a produção e exportação de cafés. Segundo o Cecafé, de janeiro a novembro de 2023, o país exportou 35 milhões de sacas de 60kg. 


Mão colhendo um grão de café diretamente da planta.

No último levantamento feito pela Conab, a safra brasileira de café em 2023 teve um crescimento de 8,2% no volume de produção em relação ao ciclo de 2022, passando de 55,1 milhões de sacas. Sendo 38,9 milhões de sacas de café arábica e 16,17 milhões de sacas de café conilon. No país, o estado que lidera a produção de café é Minas Gerais, seguido pelo Espírito Santo.


"O resultado alcançado é reflexo da implementação de práticas avançadas de manejo, do melhoramento genético e da utilização de tecnologias de precisão na cafeicultura".

 

Desafios na Cafeicultura


Oneração dos custos de produção do café


No estado do Espírito Santo, as condições de declive mais acentuado em algumas propriedades, dificulta a utilização de métodos tradicionais de mecanização na maioria dos terrenos. Como o agricultor não consegue realizar a substituição integral do trabalho manual pelo mecanizado, ele depende de outros trabalhadores rurais para executar alguns tratos culturais na lavoura de café.


No entanto, é difícil encontrar pessoas que façam esse serviço e como consequência, temos um aumento no valor da mão de obra e uma oneração dos custos de produção, dificultando a exploração da cultura do café no período de maior demanda, a colheita.


O início da colheita do café conilon aqui no estado inicia-se geralmente no mês de maio, quando 80% dos frutos estão maduros, o que eleva o rendimento e garante mais qualidade aos grãos.


Micro-terraceamento: alternativa que ajuda a reduzir os custos com mão de obra da produção cafeeira


O micro-terraceamento é uma alternativa para reduzir os custos com a mão de obra, pois, facilita os tratos culturais em condições de declive mais acentuado.


Essa prática consiste em formar uma estrada estreita e plana entre 2 linhas do café, aonde pode transitar tratores estreitos com equipamentos para os tratos.


Mudanças Climáticas


As condições climáticas adversas, caracterizadas pelo excesso de chuva em determinadas áreas e pela escassez em outras, tiveram impactos negativos na cafeicultura. O excesso de calor e a seca tem efeito negativo na fenologia das plantas, o que pode impactar a produtividade e a qualidade do café produzido.


O déficit hídrico pode desencadear deficiências nutricionais, como a falta de potássio, boro e outros micronutrientes, influenciando o desenvolvimento e a produtividade da planta. A deficiência de potássio, favorecida pela escassez hídrica, pode resultar na redução da área foliar da planta, expondo os frutos a uma maior incidência de radiação solar, acelerando assim a maturação e prejudicando a qualidade do grão de café.


 "Alguns produtores de café capixaba, enfrentaram desafios devido à falta de chuvas na etapa inicial do cultivo, o que resultou em prejuízos para o crescimento das plantas. Nas lavouras em fase de floração, as altas temperaturas e ventos fortes provocaram perdas na floração".

Práticas que ajudam a reduzir os impactos das mudanças climáticas na cultura do café


  • Implantação de quebra-vento


Os ventos fortes danificam as plantas, ocasionando a desfolha e queda precoce das flores. Como medida de proteção aos ventos fortes, recomenda-se a implantação de quebra-vento. Essa prática contribui para reduzir os impactos do vento sobre as plantas de café.


  • Utilização de variedades clonais melhoradas


Escolha as cultivares que mais se adaptam a sua realidade. Na escolha de um clone é importante avaliar fatores como: susceptibilidade a pragas e doenças, e diferentes maturações; qualidade dos grãos produzidos; rendimento; adaptabilidade as condições climáticas; entre outros.


  • Uso de cobertura morta e matéria orgânica no solo


As variações de temperatura do solo favorecida pelo calor, podem ocasionar estresse térmico na planta, prejudicando o seu desenvolvimento. Como forma de evitar as variações de temperatura no solo, é recomendado fazer a utilização de cobertura morta. A cobertura morta e a matéria orgânica ajudam na retenção de água no solo. Quanto maior a retenção de água, menor será a variação de temperatura favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular da planta.

 

  • Aplicação de protetor solar nas plantas


A alta incidência de luz solar pode provocar queimaduras e escaldaduras nas plantas. O filme de proteção formado sobre as partes da planta após a aplicação do protetor, ajuda a proteger dos efeitos nocivos da radiação.

 

  • O uso de soluções a base de aminoácidos


As soluções a base de aminoácidos ajudam a reduzir os desequilíbrios hídricos além de ajudar nas deficiências nutricionais das plantas.

 

  • O uso eficiente da irrigação


Durante o período de seca, a irrigação se torna uma das principais tecnologias de adaptação. É importante que o sistema de irrigação seja bem dimensionado e operado para atender a necessidade da cultura e reduzir as perdas de água.

 

  • Implantação de caixa seca


A utilização de caixa seca ajuda a prevenir o assoreamento dos rios, a formação de voçorocas e a depredação de estradas, além de contribuir para o abastecimento do lençol freático.

 

  • Plantio em curva de nível


O plantio em curva de nível, consiste em posicionar as fileiras de café no sentido transversal a declividade do terreno. Essa técnica ajuda a evitar a perda de matéria orgânica e minerais do solo, além de contribuir com a retenção de água da chuva e no controle da erosão.


Ataque de uma nova espécie de praga


"Além dos impactos provocados pelas condições climáticas desfavoráveis, os cafeicultores capixabas enfrentam desafios com o ataque de uma nova espécie de praga".

Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a praga conhecida como cochonilha, do gênero Pseudococcus instala-se nas plantas de café conilon e coloniza os frutos, o caule, os ramos e as folhas.


Ao comparar a nova espécie com a cochonilha-da-roseta é possível observar que, no corpo da nova praga, tem presença de dois filamentos ao final, semelhantes a duas pequenas antenas. No momento, a praga está sendo monitorada e os órgãos de pesquisa estão buscando alternativas para o controle da cochonilha.


Conclusão


Na cafeicultura enfrentamos desafios relacionados ao clima, mão de obra, preço, ataque de pragas, entre outros.


Diante deste cenário é importante adotar práticas que reduzam ou resolvam os problemas, buscando sempre a orientação de especialistas no ramo.




Autora do artigo - Jéssica F. Monteiro, Engenheira Agrônoma.


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